A Importância da Musicalização na Educação Infantil e seu Reflexo na Aprendizagem Significativa.

RESUMO

Este trabalho tem por objetivo, apresentar a importância da musicalização na educação infantil, e como a utilização da música traz resultado significativo para a aprendizagem de bebês e crianças até seis (6) anos de idade.  Como o professor tem utilizado suas práticas pedagógicas, considerando que a música como suporte, contribui significativamente para integrar as diversas áreas de conhecimento, enfocando o desenvolvimento cognitivo e a socialização. O artigo teve como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, através de coleta de dados, através do bate papo informal com os alunos, observações das aulas, entrevista com o professor.Nas considerações finais, busca-se reiterar a importância da música no contexto escolar objetivando oferecer subsídios para a viabilização de um contato prazeroso, formativo e saudável da criança com a linguagem musical.

Palavras-chave: aprendizagem significativa; educação musical; educação infantil.

 

INTRODUÇÃO

A música é uma das mais antigas formas de artes; a voz e o corpo são utilizados como instrumentos naturais e auto expressão. Ela vem antes de nascermos. A exemplo disso, durante nove meses, convivemos com as batidas do coração de nossas mães. Os ritmos do nosso próprio batimento cardíaco e da respiração, afirmam que, somos musicais, podendo desenvolver essa capacidade em nós e nos outros.

As experiências musicais iniciadas em casa, mais tarde podem ser integradas em todo o currículo escolar. A vivência musical promovida pela musicalização permite à criança o desenvolvimento da capacidade de expressar-se de modo integrado, realizando movimentos corporais enquanto canta ou ouve uma música.

É necessário contemplar e analisar que tipo de contribuição pode ocorrer com o trabalho de musicalização para as crianças, podendo a mesma proporcionar e influenciara formação do desenvolvimento futuro desses seres humanos (MARTINS, 2004).

É fundamental o desenvolvimento musical, nos primeiros anos de vida. É necessário um ambiente musical rico para que essa base, posteriormente, tenha resultado significativo. Gardner (1994) afirma que “qualquer indivíduo normal que teve uma exposição frequente à música pode manipular o som, o ritmo e o timbre para participar com algumas habilidades de atividades musicais, incluindo a composição, o canto ou a execução de instrumentos”.

Winn (1975, p.32) diz que:

(…) A iniciação musical deve ter como objetivo durante a idade Pré-escolar, estimular na criança a capacidade de percepção, sensibilidade, imaginação, criação bem como age como uma recreação educativa, socializando, disciplinando e desenvolvendo a sua atenção.

Os diferentes aspectos que a envolvem, além de promoverem comunicação social e integração, tornam a linguagem musical uma importante forma de expressão humana e, por isso, deve ser parte do contexto educacional, principalmente na educação infantil (UNESCO, 2005).

O processo de musicalização deve destinar-se a todos, buscando desenvolver esquemas de apreensão da linguagem musical. Durante o processo de aprendizagem, adquire-se uma sensibilidade que é construída num ambiente em que:

[…] as potencialidades de cada indivíduo (sua capacidade de discriminação      auditiva, suas emotividades etc.) são trabalhadas e preparadas de modo a compreender e reagir ao estímulo musical (PENNA, 1990, p. 21).

 

O presente trabalho propõe uma reflexão sobre a musicalização infantil como um poderoso instrumento que desenvolve, na criança, além da sensibilidade à música, qualidades como: concentração, coordenação motora, socialização, disciplina pessoal, destreza de raciocínio, acuidade auditiva, equilíbrio emocional, respeito a si próprio, e outros atributos que colaboram na formação do indivíduo e no processo da aprendizagem significativa.

Precisa-se entender que a educação musical não visa a formação do músico profissional. O objetivo da música, entre outros, é auxiliar “no processo de apropriação, transmissão e criação de prática músico-culturais como parte da construção de sua cidadania” (DEL BEL; HENTSCHKE, 2003, p. 181). A música está presente na nossa vida diária e desde cedo as crianças entram em contato com ela, aprendendo e atribuindo à música significados culturais.

Tudo o que a criança sente e vive é importante para ela. Essa vivência facilitará a compreensão das estruturas musicais que virá depois. A musicalização objetiva as práticas musicais e não o estudo de um instrumento. É vivenciando, som e ritmo, através de jogos e recreações, que o aprendizado musical chega, hoje, às crianças. O despertar musical na educação infantil, desde o berçário, é uma riqueza incalculável para a formação da criança. Através dessa vivência estaremos formando futuros ouvintes, artistas, ou pessoas sensíveis e equilibradas.

Para Teca Brito (2003, p. 53), a contribuição da música no crescimento geral do educando se dá através de vivências e reflexões orientadas, onde todos têm o direito de desfrutar, mesmo não tendo aptidão musical, pois o fazer, o praticar, se encarregam pelo desenvolvimento das competências do indivíduo.

Como essas fases devem ser direcionadas? O essencial é respeitar o estágio em que cada criança se encontra. Preocupar-se com a capacidade da criança entender o que é proposto, observar o que ela traz de sua realidade e por fim, tornar o ensino prazeroso e significativo.

Existe um corpo docente habilitado na área de música, para desenvolver esse trabalho nas escolas? Professores suficientes para atender à demanda da nova Lei? Percebe-se muitos profissionais qualificados nas escolas de músicas e não nas escolas convencionais. Como atraí-los, então?

É preciso um olhar mais refinado quanto à importância da musicalização na educação infantil, para que resulte numa aprendizagem significativa, porque os benefícios da música se estendem para todas as áreas da aprendizagem.

Justificativa

O trabalho com música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e forma de conhecimento acessível aos bebês e crianças, inclusive aquelas que apresentam necessidades especiais. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento de expressão, do equilíbrio, da auto estima e autoconhecimento, além de poderoso meio de integração social (Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil, 1998, p.49).

A contribuição para a escolha desse tema, tem como finalidade, despertar no âmbito educacional, destinado às séries iniciais, da importância de se trabalhar a musicalização de forma consciente, dentro dos parâmetros adequados, além de enfatizar que o profissional da área de música, ou seja, o professor, tenha conhecimento e domínio sobre o assunto.

Objetivos

Objetivos Geral

Compreender o papel da música na vida das crianças e consequentemente entender a importância de ser inserida no contexto geral da educação infantil, para uma ressignificação do trabalho musical para as crianças de diferentes mundos musicais.

Objetivos Específicos

Abordar sobre a importância da musicalização na educação infantil, do berçário até aos 6 anos;

Analisar o papel do educador musical e sua prática pedagógica;

Apresentar os reflexos da aprendizagem significativa através do trabalho com a música.

METODOLOGIA DA PESQUISA

Quando se tem questionamentos, inquietações, é preciso esclarecer o que está acontecendo ao redor das pessoas. Para se ter esse esclarecimento, faz-se planejamento, segue-se um trajeto, e, no final, se obtém um resultado, que pode ou não ser satisfatório. Ou seja, é preciso pesquisar.

Segundo Gil (2007, p. 17), pesquisa é definida como o

(…) procedimento racional e sistemático que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos. A pesquisa desenvolve-se por um processo constituído de várias fases, desde a formulação do problema até a apresentação e discussão dos resultados. Só se inicia uma pesquisa se existir uma pergunta, uma dúvida para a qual se quer.

A metodologia utilizada no trabalho foi a pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, onde foi realizada a observação na Escola Educação Maior, entidade particular, que atende crianças do Berçário ao Fundamental I, localizada no Município de Camaçari-Ba.

O método desenvolvido neste trabalho, foi de um estudo qualitativo e de cunho bibliográfico, com auxílio de livros, textos e trabalhos que tratam do tema referido. Os instrumentos utilizados foram: entrevistas, bate papo e acompanhamentos de aulas, através de observações. As informações colhidas foram subsídios para futuros trabalhos que serão desenvolvidos.

Minayo (2007, p. 44) define metodologia de forma abrangente e concomitante

(…) a) como a discussão epistemológica sobre o “caminho do pensamento” que o tema ou o objeto de investigação requer; b) como a apresentação adequada e justificada dos métodos, técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados para as buscas relativas às indagações da investigação; c) e como a “criatividade do pesquisador”, ou seja, a sua marca pessoal e específica na forma de articular teoria, métodos, achados experimentais, observacionais ou de qualquer outro tipo específico de resposta às indagações específicas.

A pesquisa de campo apresentada abordou todo o percurso, trazendo uma análise sobre a importância do trabalho musical realizado na Escola Educação Maior, com bebês de (6) seis meses até crianças de (6) seis anos. Um bate papo informal com os alunos, entrevista com o professor de música e a observação das aulas, além do acompanhamento de apresentações musicais.

É exatamente para falarmos de uma das facetas dessa intensa relação que trata o texto. A reação que se há na música, entendida como prática e vivência, e o desenvolvimento da criança.

Como referencial teórico, a pesquisa apoiou-se nos trabalhos de Feres, Beyer, Bréscia, Gainza, Piaget, Penna, Mársico entre outros. Com base nos escritos dos autores e diante do contexto apresentado anteriormente é que norteou essa investigação: a importância da musicalização na educação infantil e seu reflexo na aprendizagem significativa.

Para melhor compreensão das reflexões que essa pesquisa propiciou foi necessário estruturá-la em quatro capítulos:

O primeiro capitulo conceitua a música e a criança e como ocorre o processo do ensino da música no berçário de zero a dois anos e na educação infantil a partir dos 3 anos.  É na base escolar, ou seja, na Educação Infantil, que a criança tem contato diariamente com a música, onde professores utilizam para integração nas diversas áreas de conhecimento. Mediante essa vivência musical, a criança terá capacidade de expressar-se de modo integrado, enquanto canta ou ouve uma música o seu corpo realiza movimentos.

O segundo capitulo nos dá uma visão geral da prática pedagógica do educador musical, onde será inserido, jogos e brincadeiras, bem como o registro e avaliação musical. Através dessas práticas dos jogos e brincadeiras, é que o professor terá a oportunidade de observar o comportamento das crianças, o desenvolvimento físico e mental, e as características de sociabilidade que elas apresentam mediante as reações e emoções.

O terceiro capitulo nos traz uma reflexão da aprendizagem significativa, tendo a música como ferramenta principal para a contribuição dessa aprendizagem. O processo de cuidado e educação das crianças na educação Infantil, se torna mais efetivo e prazeroso quando há envolvimento real. Durante seu desenvolvimento, a criança manifesta diferentes formas de sentir, pensar e agir, que caracterizam suas relações com o mundo físico e social.

O quarto capítulo apresenta a metodologia aplicada e a análise que foi feita dos dados levantados durante a pesquisa, fazendo reflexões com as bases teóricas estudadas e discutidas durante e processo de construção.

Para encerrar, o quinto capitulo conclui retomando o que é de caráter principal da investigação desse assunto em questão.

Contudo, esse trabalho torna-se importante para quem o realizou e para quem o analisar, pois, poderá auxiliar a compreender mais sobre a importância da música na educação infantil como resultado para uma aprendizagem significativa.

A MÚSICA E A CRIANÇA

De acordo com os documentos do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI):

A música é a linguagem que se traduz em formas sonoras capazes de expressar e comunicar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio da organização e relacionamento expressivo entre o som e o silêncio. A música está presente em todas as culturas, nas mais diversas situações: festas e comemorações, rituais religiosos, manifestações cívicas, políticas etc. (BRASIL, 1998, p. 45).

Faz parte da educação desde há muito tempo, sendo que, já na Grécia antiga, era considerada como fundamental para a formação dos futuros cidadãos, ao lado da matemática e da filosofia.

A música está ligada à história da humanidade através dos tempos. Desde a antiguidade tem tomado várias formas e significados diversos, onde vários povos já utilizavam sua arte, magia e ciência.  Atualmente a nossa cultura tende a considerar a música como um fator importante na formação da personalidade humana; não apenas porque cria possibilidades de abrir as faculdades criadoras, mas pode, e é importante na ampliação da maioria das outras faculdades humanas favorecendo então o seu desenvolvimento. Os seres humanos sempre sentiram a necessidade de se comunicar e de se compreender e a música sempre foi a parceira da linguagem nesse aspecto. A música faz parte do ritmo da vida das pessoas de todo o mundo desde o começo da vida na terra.

Beyer, pesquisadora em educação musical infantil, constatou que, uma das concepções direcionadaà música são voltadas a um pensamento utilitarista:

Música é importante coadjuvante no trabalho psicomotor, inglês, aprendizagem de números, cores etc. […] música vai ajudar a acalmar as crianças […] música vai organizar as crianças […] música alegra as crianças […] música é excelente marketing para a escola. (BEYER, 2001 apud HUMMES, 2004, p.23).

Para Brito (1998) “aprender música significa ampliar a capacidade perceptiva, expressiva e reflexiva com relação ao uso da linguagem musical”. É importante que no processo de musicalização a preocupação maior seja com o desenvolvimento geral das crianças, assegurado pelas aprendizagens de aptidões complementares àquelas diretamente relacionadas às músicas. É importante também, que cada um dos procedimentos musicais tenha por objetivo promover o desenvolvimento de outras capacidades nas crianças, além das musicais, tais como: capacidade de integrar-se no grupo, de autoafirmar-se de cooperar de respeitar os colegas e professores, comportar-se de uma forma tolerante de ser solidário e cooperativo em vez de competitivo, de ouvir com atenção, de interpretar e de fundamentar propostas pessoais, de comportar-se  comunicativamente no grupo, de expressar-se por meio do próprio corpo, de transformar e descobrir formas próprias de expressão, de produzir ideias e ações próprias. Essas são algumas das aptidões que podem ser desenvolvidas por meio de procedimentos de musicalização.

O processo de musicalização deve destinar-se a todos buscando “desenvolver esquemas de apreensão da linguagem musical”. Durante este processo, “adquire-se uma sensibilidade que é construída num ambiente onde as potencialidades de cada indivíduo são trabalhadas e preparadas de modo a compreender e reagir ao estímulo musical” (PENNA 1990, p. 22).

Cabe à musicalização em seu trajeto levar o aluno a expressar-se criativamente através de elementos sonoros. Para Bréscia (2003) a musicalização é um processo de construção do conhecimento, que tem como objetivo despertar e desenvolver o gosto musical, favorecendo o desenvolvimento da sensibilidade, criatividade, senso rítmico, do prazer de ouvir música, da imaginação, memória, concentração, atenção, autodisciplina, do respeito ao próximo, da socialização e afetividade, também contribuindo para uma efetiva consciência corporal e de movimentação.

A fonte de conhecimento da criança é a própria variedade de situações que ela tem oportunidade de experimentar no seu dia a dia. Consequentemente, a riqueza de estímulos que a criança recebe por meio das diversas experiências musicais contribui para o seu desenvolvimento intelectual. As vivências rítmicas e musicais que, possibilitam uma participação ativa quanto a ver, ouvir e tocar, também favorecem o desenvolvimento dos sentidos da criança. Através do aperfeiçoamento da acuidade auditiva a criança não só ouve como passa a separar melhor os diversos tipos de som. Verifica-se que a partir das experiências musicais, o pensamento da criança vai se organizando e, portanto, mais ela tem oportunidade de comparar as ações executadas e as sensações obtidas através da música, mais a sua inteligência vai se desenvolvendo.

A musicalização infantil é um poderoso instrumento que desenvolve, na criança, além da sensibilidade à música, qualidades preciosas como: a concentração, a coordenação motora, a socialização, a acuidade auditiva, o respeito a si próprio e ao grupo, a destreza do raciocínio, a disciplina pessoal, o equilíbrio emocional e inúmeros outros atributos que colaboram na formação do indivíduo. Todo esse universo explorado pela criança vem facilitar o processo da alfabetização e o estudo, ou seja, conhecimento de línguas estrangeiras. Porém, a mesma deve ser transmitida com alegria, vibração, através de uma metodologia lúdica e dinâmica, própria do mundo da criança. Através dessa vivência estaremos formando futuros ouvintes, talentosos artistas ou simplesmente pessoas sensíveis e equilibradas. Durante a educação infantil é que a criança é mais receptiva a esse desenvolvimento musical, podendo-se obter excelentes resultados com a aplicação sistemática de práticas musicais.

CARNASSALE (1995, p. 13), afirma: é verdade que a música pode exercer várias funções, que vão desde o desenvolvimento psicomotor da criança, passando pela educação, até a recreação, relaxamento e muitas outras que vem sendo descobertas a cada nova pesquisa; mas também é verdade que a música sempre existiu e sempre existirá independentemente da reflexão que façamos sobre ela. A música não é de domínio apenas de estudiosos, mas também do público leigo. Ela está presente em qualquer classe social, em qualquer cultura e qualquer pessoa pode “fazer música”.

O Papel da Música na Escola

Na escola a música é um dos meios mais eficazes de se atingir as crianças e os jovens; influencia- lhes a vida moral, social e espiritual, estabelecendo-lhes uma atmosfera de alegria, ordem, disciplina e entusiasmo indispensáveis em todas as atividades escolares.

Neste sentido Fonterrada (2009, p. 12) nos diz que:

Hoje, há uma enorme necessidade de compreensão da música e dos processos de ensino e aprendizagem dessa arte. Até que se descubra seu real papel, até que cada indivíduo em particular, e a sociedade como um todo, se convençam de que ela é uma parte necessária, e não periférica, da cultura humana, até que se compreenda que seu valor é fundamental, ela terá dificuldades para ocupar um lugar proeminente no sistema educacional.

Além de contribuir para deixar o ambiente escolar mais alegre, podendo ser usada para propiciar uma atmosfera mais receptiva à chegada dos alunos, oferecendo um efeito calmante após períodos de atividades física e reduzindo a tensão em momentos de avaliação, a música também pode ser usada como um recurso no aprendizado de diversas disciplinas.

O educador pode selecionar músicas que falem do conteúdo a ser trabalhado em sua área, isso vai tornar a aula dinâmica, atrativa, e vai ajudar a recordar as informações. A escola deve ampliar o conhecimento musical do aluno, oportunizando a convivência com os diferentes gêneros, permitindo que o aluno se torne mais crítico. Conforme Márciso (1982 p. 148) “[…] uma das tarefas primordiais da escola é assegurar a igualdade de chances para que toda criança possa ter acesso a música e possa educar-se musicalmente, qualquer que seja o ambiente sociocultural de que provenha”.

Atividades como cantar fazendo gestos, dançar, bater palmas, pés, são experiências importantes para a criança, pois elas permitem que se desenvolva o senso rítmico, a coordenação motora, sendo fatores importantes também para o processo de aquisição da leitura e da escrita (CHIARELLI; BARRETO, 2005).

Tanto o som quanto o ritmo, elementos básicos da música, empregados especificamente ou os dois juntos, na plenitude da expressão musical, podem despertar e refinar a sensibilidade da criança, provocar nelas reações de cordialidade e entusiasmo, prender a sua atenção e estimular a sua vontade, auxiliando a consolidar a ação educativa. Ao mesmo tempo, a expressão musical pode representar um meio de o educador compreender a criança, pois as mudanças que sofre tornam-se visíveis em suas experiências criativas e rítmicas. Daí a importância de se incluir as diversas modalidades de expressão musical na educação infantil, período de grande plasticidade nervosa e, consequentemente de profundas e duradouras fixações.

Gainza (1998) afirma que as atividades musicais na escola podem ter objetivos, profiláticos, nos seguintes aspectos:

Físicos: oferecendo atividades capazes de promover o alívio de tensões devidas a instabilidade emocional e fadiga;

Psíquico: promovendo processos de expressão, comunicação e descarga emocional através do estímulo musical e sonoro;

Mental: proporcionando situações que possam contribuir para estimular e desenvolver o sentido da ordem da harmonia, organização e compreensão.

O trabalho com a musicalização infantil na escola é indispensável, pois, além do desenvolvimento da sensibilidade à música contribui para a concentração, memória, coordenação motora, socialização, acuidade auditiva e disciplina.

A música, no âmbito escolar, vem sendo utilizada como suporte para formação de hábitos, atitudes e comportamentos. Presenciar uma criança sendo conduzida, através da música, para atividades como: lanchar, escovar os dentes, lavar as mãos, memorização de conteúdo, comemorações em datas específicas, são práticas corriqueiras, o que nos leva a refletir sobre a forma mecânica que é conduzida. Quando a música é tratada como se fosse apenas um produto pronto, que se aprende somente a reproduzir, deixa de ser uma linguagem cujo conhecimento se constrói. A linguagem musical, com seus conteúdos próprios, não pode ser direcionada, pela ação docente, de forma irresponsável, aleatória.

Entende-se que a maioria dos professores que trabalham com o público infantil, não tem formação musical, e isso implica em não respeitar o nível de percepção e desenvolvimentos das crianças em suas respectivas fases. O RCNEI orienta que cada profissional procure entender, de forma reflexiva, a respeitar cada fase de expressão da criança, e a partir daí, poderá fornecer os meios necessários: vivências, informações e materiais, para o desenvolvimento de sua capacidade expressiva.

Com a inserção da Lei nº 11.769/08, que determina a música como conteúdo obrigatório da Educação Básica, evidencia a valorização e importância da música nesse seguimento, mas é necessário capacitação e formação, para que o corpo docente potencialize o ensino/aprendizagem, satisfatoriamente.

Ligar a música e o movimento, utilizando a dança ou a expressão corporal, pode contribuir para que algumas crianças, em situação difícil na escola, possam se adaptar (inibição psicomotora, debilidade psicomotora, instabilidade psicomotora, etc.). Por isso é tão importante a escola se tornar um ambiente alegre, favorável ao desenvolvimento. E é nesse ambiente escolar que a criança é mais receptiva ao desenvolvimento musical, podendo-se obter excelentes resultados com a aplicação sistemática de práticas musicais.

A Música no Berçário

De acordo com os documentos do Referencial Curricular Nacional para a EducaçãoInfantil (RCNEI):

O trabalho com a música deve considerar, portanto, que ela é um meio de expressão e forma de conhecimento acessível aos bebês e crianças, inclusive aquelas que apresentam necessidades especiais. A linguagem musical é excelente meio para o desenvolvimento da expressão do equilíbrio, da autoestima e autoconhecimento, além do poderoso meio de integração social. (BRASIL,1998, p. 49).

Por ser uma fase de descobertas e de conhecimentos, o trabalho com a música será um facilitador e formador do aprendizado.

No primeiro ano de vida, a prática musical poderá ocorrer por meio de atividades lúdicas. O professor estará contribuindo para o desenvolvimento da percepção e atenção dos bebês quando canta para eles; produz sons vocais diversos por meio da imitação de vozes de animais, ruídos etc., ou sons corporais, como palmas, batidas nas pernas, pés etc.; embala-os e dança com eles. As canções de ninar tradicionais, os brinquedos cantados e rítmicos, as rodas e cirandas, os jogos com movimentos, as brincadeiras com palmas e gestos sonoros corporais, assim como outras produções do acervo cultural infantil, podem estar presentes e devem se constituir em conteúdo de trabalho. Isso pode favorecer a interação e resposta dos bebês, seja por meio da imitação e criação vocal, do gesto corporal, ou da exploração sensório-motora de materiais sonoros, como objetos do cotidiano, brinquedos sonoros, instrumentos musicais de percussão como chocalhos, guizos, blocos, sinos, tamboresetc. (RECNEI, BRASIL, 1998, p.58).

Estudos demonstram o poder da musicalização para bebês. Eis a razão de inseri-la desde cedo, pois, ajudará na audição, coordenação motora, fala e inúmeros benefícios. Pensando lá na frente, a musicalização para bebês é importante para: desenvolvimento da concentração mais apurada; desde cedo o senso crítico será ativado; gerar respeito mútuo e próprio, aumento da autoestima, disciplina e equilíbrio emocional, dentre outros. O despertar musical desde o berçário é uma riqueza incalculável para a formação educacional da criança.

Segundo Brito (2003, p. 35):

Trazer a música para o nosso ambiente de trabalho exige, prioritariamente, uma formação musical pessoal e também atenção e disposição para ouvir e observar o modo como bebês e crianças   percebem e se expressam musicalmente em cada fase de seu desenvolvimento, sempre com o apoio de pesquisas e estudos teóricos que fundamentam o trabalho. 

A diminuição da disponibilidade da permanência dos pais com seus bebês, proveniente da rotina de trabalho que tem ocupado de forma significativa o tempo deles, vem mudando o cenário educacional.  Bebês entram mais cedo nas creches e isso nos faz refletir da seriedade com o qual a música deve ser trabalhada na Educação Infantil. É durante esse período que a criança é mais receptiva ao desenvolvimento musical. Através dessa vivência estaremos formando futuros ouvintes, talentosos artistas ou simplesmente pessoas sensíveis e equilibradas. A aculturação por meio do ato do cantar deixou de ser uma prática vivenciada pelos pais, sendo transferida para os profissionais da educação, portanto, a responsabilidade de um trabalho musical consciente, com embasamento teórico e prática com muita criatividade e ludicidade, precisa ser relevante.

Segundo Loureiro (1999, p.20):

 “Musicalização é o processo de desenvolvimento da musicalidade”. Maura Penna afirma: “Ato ou processo de musicalizar. Musicalizar(-se): tornar(-se) sensível a música, de modo que internamente, a pessoa reaja, se mova com ela (PENNA, 1990 p. 22). Dessa forma o professor deve proporcionar às crianças o maior número de oportunidades para se expressarem musicalmente. E para que isso aconteça, é necessário que se apropriem de algumas habilidades musicais, porque o tempo maior de convivência dos bebês, serão com esses profissionais.

Gordon é categórico ao afirmar que “não se ensina música à criança, vivencia-se a música”. A importância de estabelecer uma relação, de como, e o que será trabalhado de forma concreta, pertinente ao universo da criança. Enfatiza também, a necessidade de os professores criarem seus métodos, sua forma de ensinar.

Assim como as crianças desenvolvem a linguagem verbal, podem desenvolver os processos cognitivos relacionados ao desenvolvimento de uma espécie de pensamento musical, que na teoria de Gordon, corresponde ao conceito de Audição. Eis a razão de pais e principalmente professores, que passam boa parte do tempo com os bebês e as crianças, proporcionar a elas a escuta de todos os tipos de músicas, inclusive os mais ricos e complexos. Precisam ouvir ritmos e melodias que contribuam na linguagem musical. Quanto mais cedo a música for introduzida no ambiente da criança, maior será seu potencial para aprender.

Para Bréscia (2003, p 81) “[…] o aprendizado de música além de favorecer o desenvolvimento afetivo da criança, amplia a atividade cerebral, melhora o desempenho escolar dos alunos e contribui para integrar socialmente o indivíduo”.

A musicalização direcionado para bebês e crianças pequenas, é tão complexo e encantador que, se não tivermos consciência musical ampla, em proporcionar práticas pedagógicas que possam ser conduzidas de uma maneira mais eficiente, não alcançaremos os objetivos.

Para Feres (1998, p.13 e 14):

O objetivo de ensinar música para os bebês, são: desenvolver na criança o prazer de ouvir e fazer música; proporcionar à criança momentos de prazer junto a quem ama; contribuir para resgatar o nosso patrimônio cultural, utilizando canções folclóricas e populares nas aulas; proporcionar à criança um ambiente onde terá maior liberdade para criar; estimular o canto e a fala, a criança aprende a cantar ao mesmo tempo que aprende a falar; dar a oportunidade à criança de ter contato com outras pessoas numa atmosfera expressiva e agradável; ensinar a criança a respeitar regras e conhecer limites e desenvolver a musicalidade, sensibilidade, percepção auditiva, psicomotricidade, senso rítmico e sociabilidade.

Quando olhamos ao redor, e percebemos falhas em muitas práticas tanto no seio familiar quanto no ambiente escolar, onde driblamos o desenvolvimento da linguagem dos bebês, priorizando os estímulos eletrônicos, e deixando as relações sociais menos oportunas, estamos perdendo a grande oportunidade de vivenciar o que é de mais precioso, o crescimento em todos os aspectos de um ser em desenvolvimento: social, emocional, cognitivo… Eis a questão de pensar na importância do contexto educacional num todo, principalmente a inserção da música, tanto no ambiente familiar quanto escolar.

 A PRÁTICA PEDAGÓGICA DO EDUCADOR MUSICAL

O trabalho de educação musical se realizado com clima de prazer, só poderá ser imensamente gratificante. O principal objetivo do educador, é despertar a vida nas crianças, facilitando a sua espontaneidade e sua expressão pessoal para que a música realize realmente o desenvolvimento afetivo da personalidade infantil. É partindo da vida que o professor alcançará êxito no seu trabalho, e terá das aulas de iniciação musical uma fonte inesgotável de prazer não só para a criança, mas também para si mesmo. O professor deve ser sensível ao processo artístico. Ele só transmitirá emoção naquilo que também sente, só conseguirá sensibilizar os alunos à medida que também seja sensível. A função do educador de música é compartilhar com o aluno essa magia da música, entrar no domínio da sensibilidade.

De acordo com os documentos do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI):

Integrar a música à educação infantil implica que o professor deva assumir uma postura de disponibilidade em relação a essa linguagem. Considerando-se que a maioria dos professores de educação infantil não tem uma formação específica em música, sugere-se que cada profissional faça um contínuo trabalho pessoal consigo mesmo no sentido de: • sensibilizar-se em relação às questões inerentes à música; • reconhecer a música como linguagem cujo conhecimento se constrói; • entender e respeitar como as crianças se expressam musicalmente em cada fase, para, a partir daí, fornecer os meios necessários (vivências, informações, materiais) ao desenvolvimento de sua capacidade expressiva. (BRASIL, 1998, p. 67).

É importante destacar que a música esteja presente na escola como um dos elementos formadores do indivíduo. Para que isso aconteça é imprescindível que o professor “seja capaz de observar as necessidades de seus alunos e identificar, dentro de uma programação de atividades musicais, aquelas que realmente poderão suprir as necessidades de formação desses alunos” (JOLY, 2003, p. 118)

A lei 11.769, não descreve sobre a inserção da música nas séries iniciais, porém, o RCNEI – Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil descreve que: Integrar a música à educação infantil, implica que o professor deva assumir uma postura de disponibilidade em relação a essa linguagem (BRASIL, 1998, p. 51).

É importante que o professor de música saiba estimular a sensibilidade do aluno, de maneira que ele aprenda música naturalmente, tal como realiza outras aprendizagens inerentes ao seu desenvolvimento natural. A criança percebe e maneja unidades musicais com a percepção que tem do mundo sonoro que a rodeia. Cada novo conhecimento implica uma relação com o conhecido. O educador musical que sente a pedagogia como uma arte, diz Gainza (1997), aspira a ser um intérprete e não um mero repetidor – no sentido artístico da palavra – da obra pedagógica dos diferentes educadores musicais com que ele tem contato.

A música é um elemento importante na rotina diária de uma sala de aula. O contato com ela pode enriquecer a experiência da criança de inúmeras formas. Se o professor tocar ou cantar diversas músicas em diferentes situações durante todo o dia escolar, a criança assimila outras situações de aprendizagem, tais como: habilidades sociais e estruturas de linguagem. As crianças são sempre aprendizes por inteiro, elas aprendem um pouco de cada coisa cada vez que tem oportunidade. Assim como assimilam os sons oriundos do processo de aprendizagem da linguagem elas também aprendem os sons musicais experimentando-os como parte do ambiente onde estão. Canções, histórias jogos e danças auxiliam o amadurecimento social, emocional, físico e cognitivo da criança. A música também é um meio de fazê-la participar de atividades de grupo e de incluir nesse grupo crianças com diferentes graus de desenvolvimento, aproveitando no grupo o potencial de cama uma.

É importante que o professor possa estar atento a maior ou menor adequação dos diversos instrumentos à faixa etária de zero a seis anos. Pode-se confeccionar diversos materiais sonoros com as crianças, bem como introduzir brinquedos sonoros populares, instrumentos étnicos etc. O trabalho musical a ser desenvolvido nas instituições de educação infantil pode ampliar meios e recursos pela inclusão de materiais simples aproveitados do dia-a-dia ou presentes na cultura da criança. Nessa faixa etária, a criança não deve ser treinada para a leitura e escrita musical na instituição de educação infantil. O mais importante é que ela possa ouvir, cantar e tocar muito, criando formas de notação musicais com a orientação dos professores. (BRASIL, 1998, p. 72 e 75).

O processo de ensino-aprendizagem com a música é uma prática que vai além do aluno, envolvendo o docente e a escola. Borges (2003, p. 115) diz que:

[…] é preciso insistir quanto à necessidade de se recuperar sua verdadeira função. Isto só será possível na medida em que o professor for também sensível à expressão musical. Não que precise ser um especialista em música, ou saber tocar, necessariamente, algum instrumento. Porém, deverá estar consciente de que, em contato com a música, a criança poderá: manter em harmonia a relação entre o sentir e o pensar; proteger a sua audição, para que não se atrofie diante do aumento de ruídos e da desqualificação sonora do mundo moderno; habituar-se a isolar um ruído ou som para dar-lhe sentido, especificidade ou perceber a beleza que lhe é própria.

Freire (2002) ainda diz que é na formação permanente dos professores, o momento fundamental da reflexão crítica sobre a prática. E pensando criticamente a prática de hoje ou de ontem que se pode melhorar a próxima prática.

A importância da Busca de Novas Metodologias

Durante a idade média, a música teve um lugar destacado dentro das escolas, principalmente quando se falava em música sacra e poesia. Através dos tempos, tem sido inegável o papel da música como um dos fatores na formação do homem, por isso, faz-se necessário uma reflexão sobre os contextos históricos, tanto educacionais e sociais, bem como, o interesse pela educação como um todo, principalmente a musical, pois, como prática educativa, continua sendo alvo de discussões.

O ensino da música percorreu vários caminhos, dentro da história do Brasil, e essa influência, oriunda dos portugueses, teve um marco para o ensino musical, quando em 1906, com a criação do Conservatório Dramático e Musical de São Paulo, foi relevante ao estabelecer padrões artístico-pedagógicos, para as escolas, ditas, especializadas, abrindo assim, um grande leque, para a evolução da educação musical, sendo mais tarde inserida nas escolas, em todos os seguimentos.

Marcados, por grandes períodos, em todos os aspectos, a história da música na educação, mesmo passando por movimentos de permanências e rupturas, conservação e transformação, ainda busca, até hoje, uma prática de ensino-aprendizagem, que seja adequada, dentro do sistema educacional brasileiro. E para que isso aconteça, a muitos caminhos a serem galgados…

Muitas mudanças na educação musical no Brasil, ocorreram, tendo como destaque a implantação do ensino da música, a nível nacional, nas escolas públicas, nas décadas de 30 e 40, sendo o Canto Orfeônico o método utilizado, o que rendeu posteriormente, a necessidade de se criar o curso específico de formação em música, para professores. Com toda essa evolução, o ensino da música deu um salto gigantesco, e sua maior relevância deu-se com a implantação da LDB 9.394/96, que estabeleceu o ensino da disciplina de arte na educação básica.

Segundo Penna (2008, p.120):

A educação musical começou a ser repensada no Brasil por meio da obrigatória inserção da música como conteúdo na escola regular. Não se deve esquecer, no entanto, que a legislação já estabelece, há mais de trinta anos, a presença da música na escola, muito embora, durante esse período, as práticas musicais escolares tenham sido marcadas por “indefinição, ambiguidades e multiplicidade”.

Segundo os PCN

 “(…) As oportunidades de aprendizagem de arte, dentro e fora da escola mobilizam a expressão e a comunicação pessoal e ampliam a formação do estudante como cidadão, primeiramente por intensificar as relações dos indivíduos tanto como seu mundo interior, como com o exterior”. (PCN, Arte. Introdução, 1998, p. 19).

Com toda essa conquista, a metodologia aplicada em relação ao ensino da música, em sala de aula, ainda sofre rupturas, muitas vezes distanciando do objetivo principal. Principalmente nas séries iniciais.

De acordo com os documentos do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI):

A música no contexto da educação infantil vem, ao longo de sua história, atendendo a vários objetivos, alguns dos quais alheios às questões próprias dessa linguagem. Tem sido, em muitos casos, suporte para atender a vários propósitos, como a formação de hábitos, atitudes e comportamentos: lavar as mãos antes do lanche, escovar os dentes, respeitar o farol etc.; a realização de comemorações relativas ao calendário de eventos do ano letivo simbolizados no dia da árvore, dia do soldado, dia das mães etc.; a memorização de conteúdos relativos a números, letras do alfabeto, cores etc., traduzidos em canções. Essas canções costumam ser acompanhadas por gestos corporais, imitados pelas crianças de forma mecânica e estereotipada. Outra prática corrente tem sido o uso das bandinhas rítmicas para o desenvolvimento motor, da audição, e do domínio rítmico. Essas bandinhas utilizam instrumentos — pandeirinhos, tamborzinhos, pauzinhos etc. — muitas vezes confeccionados com material inadequado e consequentemente com qualidade sonora deficiente. Isso reforça o aspecto mecânico e a imitação, deixando pouco ou nenhum espaço às atividades de criação ou às questões ligadas a percepção e conhecimento das possibilidades e qualidades expressivas dos sons. Ainda que esses procedimentos venham sendo repensados, muitas instituições encontram dificuldades para integrar a linguagem musical ao contexto educacional. Constata-se uma defasagem entre o trabalho realizado na área de Música e nas demais áreas do conhecimento, evidenciada pela realização de atividades de reprodução e imitação em detrimento de atividades voltadas à criação e à elaboração musical. Nesses contextos, a música é tratada como se fosse um produto pronto, que se aprende a reproduzir, e não uma linguagem cujo conhecimento se constrói. (BRASIL, 1998, p.47).

Sendo assim, é necessário reestruturar o papel da música para que tenha significado no processo da educação escolar. Mas, se o docente não tem essa qualificação necessária, desprovido de uma formação adequada, jamais vai entender as oportunidades de aprendizagens que a arte proporciona. Essa deficiência é mais caótica quando o professor é desprovido de especialização musical, realidade que permeia muitas das nossas instituições de ensino.

A música é trabalhada em sala de aula, mas muitas sem considerar os aspectos emocionais em que ela pode influenciar. A escola deve ampliar o conhecimento musical do aluno, oportunizando a convivência com os diferentes gêneros, permitindo que o aluno se torne mais crítico.

Conforme Mársico (1982, p. 148) “[…] uma das tarefas primordiais da escola é assegurar a igualdades de chances, para que toda criança possa ter acesso a música e possa educar-se musicalmente, qualquer que seja o ambiente sociocultural de que provenha”. Daí, perguntamos: como um professor, sendo mero apreciador musical (a LDB dá esse direito) conseguirá ter essa sensibilidade emocional? O professor deve ser sensível ao processo artístico. Ele só transmitirá emoção naquilo que também sente, só conseguirá sensibilizar os alunos à medida que também seja sensível. A função do educador de música é compartilhar com o aluno essa magia da música, entrar no domínio da sensibilidade, que ao lado dos aspectos físicos e cognitivos, é realmente o centro do trabalho musical.

Durante a Idade Média e o Renascimento, a música era considerada os quatro pilares da aprendizagem, juntamente com a geometria, a astronomia e aritmética. Em nossa época, entretanto, ela tem sofrido, pois é uma das primeiras matérias a serem banidas dos programas escolares, quando são feitos cortes no orçamento, principalmente em se tratando do setor privado. Para um docente, especialista na área, fica à mercê, dessa expectativa. Mesmo com a Lei sancionada para a obrigatoriedade do ensino da música na Educação Básica, no papel é tudo muito louvável, mas na realidade não acontece. Onde estão os professores que vão atender à demanda criada pela nova Lei? Excelentes profissionais estão em escolas de músicas, muitas intituladas, conservatórios, mas em geral, eles não estão na rede de ensino público e/ou privados. É preciso repensar a concepção de buscar formas de atrair essas pessoas para a escola, ou então, qualificar a formação dos que já atuam na área.

Integrar a música à educação infantil implica que o professor deve assumir uma postura de disponibilidade em relação a essa linguagem. Considerando-se que a maioria dos professores de educação infantil não tem uma formação específica em música, sugere-se que cada profissional faça um contínuo trabalho pessoal consigo mesmo (BRASIL, 1998).

É preciso recolocar valores e traçar novos objetivos para a educação, pois, as atividades mais propícias para que esses objetivos sejam alcançados são, sem dúvida, as atividades de expressão artística, através das quais ela pode representar a realidade e expressar suas emoções. Espera-se de cada professor, do poder público, momentos de reflexões e discussões, para que o ensino de Arte, em especial a Música, seja o diferencial na educação básica.

Métodos Ativos dentro da Metodologia

Entende-se “métodos ativos”, metodologias propostas à criança em que participa ativamente de seu aprendizado, ou seja, ela tem a oportunidade de, através das experiências associadas ao movimento, audição crítica e reflexiva, vivenciá-las, para a partir daí construir seu conhecimento.

Na metade do século xx, esses métodos foram sendo desenvolvidos. Dalcroze foi o precursor desse método, onde as inovações pedagógicas musicais, surgiram, trazendo um novo olhar para a educação musical, baseado no movimento, sendo o corpo elemento essencial para essa prática.

A pedagogia elaborada por Dalcroze, originou-se da necessidade de perceber que a escola precisa preparar a criança para a carreira artística. O que antes era mecânico, sendo a leitura e escrita o fazer musical, sem a participação do corpo, viu-se a necessidade da sensibilização da consciência rítmica.

É dentro da habilidade motora, que vemos a importância da utilização e da consciência corporal na prática musical, através dos jogos, danças, histórias e canções. É por meio do corpo, que se vivenciam conceitos e elementos musicais. A música e movimento estão interligados. O movimento é um aspecto muito importante na educação musical. O compositor alemão Carl Orff sempre defendeu a integração de música com o movimento, e do elo rítmico entre esses dois elementos, como base para uma educação musical moderna.

Ilari (2003) diz que, quando o canto, acompanhado de movimentos corporais acontece em sala de aula, as crianças ainda têm a possibilidade de desenvolver a socialização, o sistema de orientação espacial e motor.

A vivência musical promovida pela musicalização permite ao aluno o desenvolvimento da capacidade de expressar-se de modo integrado, realizando movimentos corporais enquanto canta ou ouve uma música. Quando a criança ouve um impulso sonoro curto ela realiza um movimento corporal, está transpondo o som percebido para outra linguagem. Diferentes tipos de sons podem ser traduzidos corporalmente.

Diante dessa percepção, Dalcroze elaborou atividades, contemplando a música, o movimento, a duração, o espaço, a dinâmica, o tempo, valorizando assim, a rítmica.

Consta nos RCNEIs (BRASIL, 1998, p. 72-73):

[…] o trabalho com a música deve reunir toda e qualquer fonte sonora: brinquedos, objetos do cotidiano e instrumentos musicais de boa qualidade. É preciso lembrar que a voz é o primeiro instrumento e o corpo humano é fonte de produção sonora.

Segundo os RNCEIs (BRASIL, 1998), a música mantém uma forte ligação com o brincar. Em todas as culturas as crianças brincam com a música. Jogos e brinquedos musicais são transmitidos por tradição oral. Envolvendo o gesto, o movimento, o canto, a dança e o faz-de-conta. É dessa forma que rítmica vai propiciando a integração das faculdades sensoriais, afetivas e mentais. A música quando associadas a movimentos corporais coordenados, agradam às crianças e são uma excelente estratégia que o professor pode usar para o desenvolvimento do seu trabalho.

O corpo da criança é o ponto de partida, sendo sua voz um precioso instrumento dentro de si. Ela é levada a praticar, a reconhecer e a descobrir o ritmo e o som de maneira livre e organizada, a partir dos movimentos corporais. Enfim, o trabalho com a música, em sala de aula, possibilita à criança, usar toda sua capacidade para uma aprendizagem de acordo seu ritmo.

Principais Características dos Métodos

Carl Orff

A abordagem pedagógica, tem como objetivo construir o aprendizado de conceitos e habilidades musicais por meio do envolvimento com atividades de fala, canto, manuseio de instrumentos e expressão corporal, enfatizando a criatividade e o aprendizado intuitivo da criança.

A utilização dos instrumentos vem sempre associada a atividades com a voz e com o corpo.

ZoltanKodály

Sua pedagogia é centrada na figura do professor, como modelo a ser seguido pelos alunos.

Valoriza a música folclórica, explorando a variedade da cultural local.

A voz é o elemento essencial para sua prática.

Edgar Willems

A importância da interligação existente entre a música e o ser humano, relacionando assim o triplo aspecto do homem: fisiológico, afetivo e mental, com os elementos característicos da música: ritmo, melodia e harmonia.

Sua metodologia, segue as etapas do desenvolvimento da criança, através de uma educação musical ativa e criadora.

Enfatiza a importância de a criança viver e fazer a música, depois pensar sobre ela.

Shinichi Suzuki

A proposta pedagógica é direcionada, inicialmente para criança, e intitulado Educação de talento.

Sua metodologia foi baseada na abordagem da linguagem materna.

A educação musical da criança, começa em casa, com acompanhamento dos pais.

O talento musical dá-se em consequência de um estudo sistemático, ou seja, todos podem ter acesso.

Jogos e Brincadeiras com a Música

     Segundo os RECNEIs (BRASIL 1998), a música mantém uma forte ligação com o brincar. Os brinquedos sonoros são fontes de observação e descobertas, provocando respostas. Os bebês têm as mais diversas reações, mantendo-se tranquilos ou agitados frente a esses brinquedos. As crianças dão muita importância a toda e qualquer fonte sonora. Interessam-se elas ações e produções de sons, sendo que sacudir e bater são os primeiros modos de ação. Além de cantar a criança tem interesse também em tocar pequenas melodias nos instrumentos musicais, buscando entender sua construção. Consta no BRASIL (1998) que,

A expressão musical das crianças nessa fase é caracterizada pela ênfase nos aspectos intuitivo e afetivo e pela exploração (sensório-motora) dos materiais sonoros. As crianças integram a música às demais brincadeiras e jogos: cantam enquanto brincam, acompanham com os sons os movimentos de seus carrinhos, dançam e dramatizam situações sonoras diversas, conferindo “personalidade e significados simbólicos aos objetos sonoros ou instrumentos musicais e à produção musical. O brincar permeia a relação que se estabelece com os materiais: mais do que sons, podem representar personagens como animais, carros máquinas super-heróis etc.

Tudo é uma grande descoberta sonora. A criança inventa ruídos, barulhos, cria palavras, experimenta possibilidades de sons corporais, enfim assa todo o seu tempo brincando com possibilidades sonoras. Que maravilha seria se todos nós pudéssemos, desde que nascemos dedicar, ou pelo menos estar abertos, ao brincar, ao experimentar, ao imaginar, ao realizar. Enquanto somos pequenos e livres tudo é uma grande atividade prazerosa de brincar – brincar de faz-de-conta, brincar de inventar.

Conforme Vygotsky (1998, p. 126), “é no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés de uma esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências internas, e não pelo dos incentivos fornecidos pelos objetos externos”.

Toda a nossa brincadeira está associada ao som, à música, ao ritmo. Será que temos consciência do potencial que uma criança pode desenvolver quando trabalhamos aspectos da linguagem musical? Será que temos ideia de como a música pode proporcionar o desenvolvimento de todas as percepções de uma criança, inclusive o senso crítico? Sendo assim, como despertar a criança para o ambiente sonoro que o cerca? Como estimulá-la a perceber e diferenciar os sons e ritmos do cotidiano? Como ajudá-la a reconhecer um som específico em meio a tantos outros? Uma das alternativas de que podemos realizá-la, é através de brincadeiras que ajudem a criança a perceber, diferenciar, reconhecer e experimentar os diversos tipos de sons.

Segundo as autoras Ferraz e Fusari (199, p. 84), “o brincar nas aulas de arte pode ser uma maneira prazerosa de a criança experimentar novas situações e ajudá-la a compreender e assimilar mais facilmente o mundo cultural e estético (…) a prática artística é vivenciada pelas crianças como uma atividade lúdica, onde o fazer se identifica com o brincar, o imaginar com a experiência da linguagem ou da representação”.

Jogos e brinquedos cantados têm importante papel no desenvolvimento da criança, sendo responsáveis pela transmissão de cultura através das gerações. Através da música poderemos usar jogos e brincadeiras com regras, onde iremos trabalhar elementos necessários para o desenvolvimento da criança: físico, afetivo e mental.

Os jogos musicais devem ser trabalhados obedecendo as fases do desenvolvimento da criança:

  • Sensório-motor: (até os dois anos)

A criança não dispõe de linguagem, reagindo através de ações motoras e imitativas. Os sentidos estabelecem o contato com o meio ambiente. A resposta que se espera ao estímulo são as reações de MOTRICIDADE. Portanto, jogos de: tocar, cheirar saborear, ouvir, para se trabalhar os gestos.

  • Simbólicos:

A partir dos dois anos a criança estabelece relações entre os movimentos e o meio à sua volta e começa a usar a linguagem. A resposta que se espera frente aos estímulos é a PALAVRA, sílabas, momento da manipulação dos objetos do material musical e das canções mais simples.

  • Com regras:

A partir dos quatro anos: Momento das experiências para se chegar aos conceitos. Usar os jogos com estrutura, fazendo da brincadeira jogos com REGRAS.

Percebe-se claramente que a música é um dos meios mais eficazes de se atingir as crianças, estabelecendo-lhes uma atmosfera de alegria, ordem, disciplina e entusiasmo indispensáveis em todas as atividades escolares. O trabalho desenvolvido na educação infantil, busca a brincadeira musical, aproveitando que existe uma identificação natural da criança com a música. A música faz parte do cotidiano da escola, dando suporte ao trabalho dos professores que buscam integrar as diversas áreas de conhecimento ao pensarem seus projetos. Ela é um meio de expressão e forma de conhecimento acessível, tendo grande influência na aprendizagem das crianças. Seja ela formal ou não, ensina às crianças requisitos importantes para a vida adulta.

A linguagem musical está presente no desenvolvimento infantil antes mesmo de nascer, pois, o bebe já está em contato com a música através das batidas do coração da sua mamãe, são os primeiros estímulos sonoros. Podemos perceber, então, a forte influência que a música exerce sobre a criança. É necessário então que seja desenvolvido um trabalho onde a criança possa ouvir, repetir, criar novos sons.

É na base escolar, ou seja, na Educação Infantil, que a criança tem contato diariamente com a música, onde professores utilizam para integração nas diversas áreas de conhecimento. Mediante essa vivência musical, a criança terá capacidade de expressar-se de modo integrado, enquanto canta ou ouve uma música o seu corpo realiza movimentos.

O termo “musicalização infantil” adquire então uma conotação   específica, caracterizando o processo de educação musical por meio de um conjunto de atividades lúdicas, em que as noções básicas de ritmo, melodia, compasso, métrica, som, tonalidade, leitura e escrita musical são apresentadas à criança por meio de canções, jogos, pequenas danças, exercícios de movimento, relaxamento e prática de pequenos conjuntos instrumentais (BRITO, 1998 apud JOLY, 2003, P. 116).

Entendemos a musicalização como um “processo educacional orientado que se destina a todos que, na situação escolar, necessitam desenvolver esquemas de apreensão da linguagem musical” (PENNA, 1990, p. 32).

É na Educação Infantil que as crianças vivenciam ritmos, gestos, jogos… e dividem-se em duas etapas, o fazer musical que envolve e criança de zero a três anos e a apreciação musical que envolve a crianças de quatro a seis anos.

De acordo com os RCNEIs (BRASIL, 1998), o trabalho com a música deve organizar-se de forma que as crianças desenvolvam as seguintes capacidades:

  • Ouvir, perceber e discriminar eventos sonoros diversos, fontes sonoras e produções musicais;
  • Explorar e identificar elementos da música para se expressar, interagir com os outros e ampliar seu conhecimento do mundo;
  • Perceber e expressar sensações, sentimentos e pensamentos, por meio de improvisações, composições, e interpretações musicais.

É nesse contexto que a ludicidade é integrada como fator preponderante no fazer musical. A criança precisa sentir prazer em tudo que faz. O brincar proporciona essa liberdade de expressão. Os jogos musicais, dentro da Educação Infantil, dão esse norte aos professores, onde percebem o desenvolvimento da criança, mediante o envolvimento nas atividades propostas.

Para Piaget (1971), “a atividade lúdica é o berço obrigatório das atividades intelectuais da criança. Não são apenas uma forma de desafogo ou entretenimento para gastar energia das crianças, mais meios que contribuem e enriquecem o desenvolvimento intelectual”.

Através dessas práticas dos jogos e brincadeiras, é que o professor terá a oportunidade de observar o comportamento das crianças, o desenvolvimento físico e mental, e as características de sociabilidade que elas apresentam mediante as reações e emoções.

Há várias formas de se trabalhar a música na escola, por exemplo, de forma lúdica e coletiva, utilizando jogos, brincadeiras de roda e confecção de instrumentos. A imaginação é uma grande aliada nesse quesito lembrando que a musicalidade está dentro de cada pessoa. (BUENO, 2011, p.231).

O processo de cuidado e educação das crianças na educação Infantil, se torna mais efetivo e prazeroso quando há envolvimento real. Durante seu desenvolvimento, a criança manifesta diferentes formas de sentir, pensar e agir, que caracterizam suas relações com o mundo físico e social.

É nesse ambiente de musicalização atrelada à ludicidade, que a criança encontra afetividade necessária para o desenvolvimento afetivo, cognitivo e social.

De acordo com Joly (2003):

A criança, por meio da brincadeira, relaciona-se com o mundo que descobre a cada dia e é dessa forma que faz música: brincando. Sempre receptiva e curiosa, ela pesquisa materiais sonoros, inventa melodias e ouve com prazer a música de diferentes povos e lugares. (p. 116).

É necessário repensarmos as práticas pedagógicas, com intervenções que, de fato, contribuam para o crescimento da criança, no sentido de mudarmos nossas atitudes e comportamentos, que demandam conhecimentos e habilidades.

Quando entendermos que o trabalho de musicalizar brincando, é um processo que completa o desenvolvimento da criança, onde vai de encontro aos seus interesses, proporcionando benefícios, aí sim, estamos chegando ao objetivo proposto.

Segundo Maldonado (2003), através das brincadeiras a criança: apreende, exercita suas novas habilidades, percebe (fascinada) coisas novas, digere medos e angústias, repete sem parar o que gosta, explora e pesquisa o que há de novo ao seu redor.

Infelizmente quando nos referimos à musicalização, de fato, percebemos uma ação despretensiosa por alguns professores, onde não buscam inovações para suas práticas. Não sabendo eles que, é através das atividades lúdicas, que enriquecem as aulas de música, e contribui significativamente na sala de aula. As brincadeiras musicais devem ser propostas de forma criativa e inovadora para se tornarem mais interessantes. O maior ou menor interesse demonstrado pela criança poderá depender da atuação e entusiasmo do professor.

Registro e Avaliação musical

De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da educação, sancionada em dezembro de 1996 a avaliação na educação infantil,

Far-se-á mediante o acompanhamento e registro do seu desenvolvimento sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental”. (LDB, 1996, seção II, artigo 31).

Na área de música a avaliação:

Deve ser contínua levando em consideração os processos vivenciados pelas crianças, resultado de um trabalho intencional do professor. Deverá constituir-se em instrumento para a reorganização de objetivos, conteúdos, procedimentos, atividades, e como forma de acompanhar e conhecer cada criança e grupo.O registro de suas observações sobre cada criança e sobre o grupo será um valioso instrumento de avaliação.É recomendável que o professor atualize, sistematicamente, suas observações, documentando mudanças e conquistas. Deve-se levar em conta que, por um lado, há uma diversidade de respostas estão frequentemente sujeitas a alterações, tendo em vista não só a forma como as crianças pensam e sentem, mas a natureza do conhecimento musical. A prática constante da observação e da avaliação e seu consequente registro permitem que, ao final do processo, o professor possa elaborar uma síntese contando com dados importantes sobre o aluno durante o processo. Nesse sentido, a avaliação tem um caráter instrumental para o adulto e incide sobre os progressos apresentados pelas crianças”. (RECNEI, vol. 3, p.77).

 

A avaliação, na área de música deve considerar a qualidade do envolvimento nas atividades propostas, a postura para o fazer, a disposição para pesquisar, para escutar atentamente, para improvisar, compor, construir instrumentos. A formação de uma atitude adequada ao trabalho, de respeito aos materiais, de respeito ao silêncio, aos combinados prévios, de participação por meio de ideias, sugestões e comentários entre outros pontos, deve ser observada e avaliada pelo educador com o mesmo cuidado e critério que a avaliação de comportamentos especificamente musicais.

Precisamente, a avaliação deu-se de forma grupal, onde foi observado o envolvimento e entrosamento do grupo, nas atividades propostas.

A MÚSICA COMO RECURSO NA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA DE BEBÊS E CRIANÇAS

Entende-se aprendizagem significativa quando o objeto do conhecimento estudado, é familiar e reconhecível no mundo concreto. Na aprendizagem de bebês e crianças acontece dessa forma.

Ausubel (1982), em sua teoria da aprendizagem defende a valorização dos conhecimentos prévios dos alunos possibilitando construção de estruturas mentais por meio da utilização de mapas conceituais que abrem um leque de possibilidades para descoberta e redescoberta de outros conhecimentos, viabilizando uma aprendizagem que dê prazer a quem ensina e a quem aprende e também que tenha eficácia.

Sendo assim, para que uma aprendizagem ocorra, ela deve ser significativa, por isso a criança, como sujeito desse processo, deve ter participação consciente, pois, o ensino não é adestramento de habilidades. Em relação à música, a criança tem conhecimentos prévios vivenciados no seu cotidiano.

De acordo com os documentos do Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI):

O ambiente sonoro, assim como a presença da música em diferentes e variadas situações do cotidiano fazem com que os bebês e crianças iniciem seu processo de musicalização de forma intuitiva. Adultos cantam melodias curtas, cantigas de ninar, fazem brincadeiras cantadas, com rimas, parlendas, etc., reconhecendo o fascínio que tais jogos exercem. Encantados com o que ouvem, os bebês tentam imitar a responder, criando momentos significativos no desenvolvimento afetivo e cognitivo, responsáveis pela criação de vínculos tanto com os adultos quanto com a música. Nas interações que se estabelecem, eles constroem um repertório que lhes permite iniciar uma forma de comunicação por meio dos sons. (BRASIL, 1998, p. 51).

Para Gordon (2008) o desenvolvimento musical infantil é semelhante ao desenvolvimento da fala. É necessário a criança ter acesso a um rico vocabulário de audição e fala. Com a música acontece a mesma coisa. Para dominar o vocabulário musical, precisa receber estimulação e acesso ao vocabulário de audição e canto. Em casa, é o primeiro lugar onde os bebês recebem esses estímulos, antes de ingressarem na escola. Uma das primeiras respostas do bebê à música é o balbucio musical. Gordon identificou dois tipos de balbucios:

Durante a fase do balbucio tonal as crianças tentam cantar com uma voz falada e as relações entre os sons que produzem têm pouco ou nada em comum com o contexto que foi estabelecido pela cultura musical. Isso sucede fundamentalmente porque ainda não aprenderam a distinguir entre uma qualidade de voz falada e uma qualidade de voz cantada. As duas vozes encontram-se juntas no nascimento. As crianças ouviram a voz falada muito mais frequentemente do que a voz cantada e por isso não estão motivadas para experimentar a sua voz cantada (GORDON, 2008, p. 11).

Pesquisadores e estudiosos vêm traçando paralelos entre o desenvolvimento infantil e o exercício da expressão musical, resultando em propostas que respeitam o modo de perceber, sentir e pensar, em cada fase, e contribuindo para que a construção do conhecimento dessa linguagem ocorra de modo significativo. O trabalho com Música proposto por este documento fundamenta-se nesses estudos, de modo a garantir à criança a possibilidade de vivenciar e refletir sobre questões musicais, num exercício sensível e expressivo que também oferece condições para o desenvolvimento de habilidades, de formulação de hipóteses e de elaboração de conceitos. (BRASIL, 1998, p.48).

FARIA (2001), define que a música é um importante fator na aprendizagem, pois a criança desde pequena a houve música, a qual e cantada muitas vezes pela mãe ao dormir, conhecida como cantiga de ninar. Na aprendizagem a música é muito importante, pois o aluno vive com ela desde pequeno.

As canções de ninar, as canções de roda, as parlendas e todo tipo de jogo musical têm grande importância, pois é por meio das interações que se estabelecem que os bebês permitirão comunicar-se pelos sons; os momentos de troca e comunicação sonoro-musicais favorecem o desenvolvimento afetivo e cognitivo, bem como a criação de vínculos fortes tanto com os adultos quanto com a música (BRITO, 2003, p. 35).

A educação musical está fazendo parte da educação das crianças, desde o berçário, pela importância que a música traz não só como entretenimento, mas no auxílio do aprendizado da fala, como o de aprender e ouvir e na coordenação motora.

A música se torna uma ferramenta de ensino-aprendizagem na escola. Segundo Girardi, (2004), a iniciação musical nas séries iniciais do Ensino Fundamental estimula áreas do cérebro da criança que vão beneficiar o desenvolvimento de outras linguagens. Para Merriam (1964), o processo de ensinoaprendizagem da música acontecem de formas variadas, e são determinados pelo contexto em que se inserem. “[…] cada cultura modela o processo de aprendizagem conforme os seus próprios ideais e valores” (Merriam, 1964, p.145). Para Gainza (1988), a música é um elemento fundamental no processo de ensino-aprendizagem, pois articula, mobiliza e contribui para a transformação e o desenvolvimento do aluno. A transformação e o desenvolvimento do aluno com a música segundo Caiado (2009), são vistos desde os primeiros anos escolares. A valorização do contato da criança com a música já era existente há tempos.

Conforme Leinig (1977):

A música é um dos estímulos mais potentes para ativar os circuitos do cérebro, ajuda a afinar a sensibilidade das pessoas, aumenta a sua capacidade de concentração, desenvolve o raciocínio lógico-matemático e a memória, além de desencadear emoções.

Por isso, os benefícios da música se estendem para todas as áreas da aprendizagem.

Ao trabalhar com atividades propostas dentro da ludicidade, o processo de ensino aprendizagem torna-se positivo, pois é na interação que as crianças aprenderão a conviver com as diferenças, respeitando-as. As atividades lúdicas tornam o aprendizado prazeroso e estimulante, oportunizando o desenvolvimento da criança de forma produtiva, mediante as relações professor – aluno e aluno – aluno.

A música é para a criança algo que ela encontra dentro dela mesma e expressa através dos movimentos que consegue fazer. Essa espontaneidade rítmica que ela descobre e a percepção auditiva e gestual (que a conduz à fala) é que deve ser estimulada.

Vikat (1996) em estudos comparativos envolvendo dois grupos de crianças, um dos quais foi exposto a um grande número de canções folclóricas, demonstrou que essas crianças apresentaram um desenvolvimento melhor do que as outras no que diz respeito ao desenvolvimento da imaginação espacial do pensamento lógico, da rapidez e exatidão da percepção auditiva. Portanto, no processo de aprendizagem musical é importante considerar o contato intuitivo e espontâneo que as crianças têm com a música desde os primeiros anos de vida como um ponto de partida para o processo de musicalização.

O RCNEI propõe a utilização da música na Educação Infantil desde o berçário, a qual proporciona um vínculo afetivo que é de vital importância para despertar na criança a confiança, sendo um fator importantíssimo no processo de ensino aprendizagem.

 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Quando se tem questionamentos, inquietações, é preciso esclarecer o que está acontecendo ao redor das pessoas. Para se ter esse esclarecimento faz-se planeamento, segue-se um trajeto e no final, se obtém um resultado que pode ser ou não satisfatório ou seja, é preciso pesquisar. Silva e Menezes (2001) afirmam que:

Pesquisar é um trabalho que envolve um planejamento analógico ao de um cozinheiro. Ao preparar um prato, o cozinheiro precisa saber o que ele quer fazer, obter os ingredientes, assegurar-se de que possui os utensílios necessários e cumprir as etapas requeridas no processo. Um prato será saboroso na medida do envolvimento do cozinheiro com o ato de cozinhar e de suas habilidades técnicas na cozinha. O sucesso de uma pesquisa também dependerá do procedimento seguido, do seu envolvimento com a pesquisa e de sua habilidade em escolher o caminho para atingir os objetivos da pesquisa. (SILVA e MENEZES, 2001, p.9).

Concordando com Silva e Menezes Lakatos complementa dizendo que “a pesquisa […] é um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que quer um tratamento científico e se constitui no caminho para conhecer a realidade ou descobrir verdades parciais” (LAKATOS, 2005, p. 157).

Baseados nesses procedimentos, a pesquisa foi desenvolvida com alunos do Berçário e Educação Infantil, e com o professor de música, por ser o mais indicado para responder aos questionamentos referentes ao assunto abordado, a inserção da música na Educação Infantil e o reflexo na aprendizagem significativa.

A Escola Educação Maior, localizada no município de Camaçari-Ba pertencente à rede particular de ensino, atendendo alunos do berçário ao Fundamental I, foi nosso campo de pesquisa.

Acompanhamos, a rotina das aulas, que acontece (1) uma vez na semana, com duração de 50min. Percebemos a dinâmica e o envolvimento do professor, com eles. Ministramos algumas aulas, com autorização do professor, colocando assim, nosso conhecimento teórico, em prática. Experiência enriquecedora, pois, percebemos como a música contribui de forma significativa na aprendizagem dos pequenos. Através de um bate papo com as crianças, ouvimos depoimentos maravilhosos. É notório a diferença de uma escola que entende da importância do trabalho de música.

Os instrumentos utilizados para coletar os dados dessa pesquisa foram: questionário (as crianças responderam oralmente) entrevista com o professor (um diálogo muito proveitoso, onde foram colocados os pontos relevantes em relação ao ensino de música) participação de algumas aulas (para observar pessoalmente o trabalho desenvolvido na prática), registro de fotos (momentos descontraídos e interessantes) e acompanhamento de uma apresentação musical pelos alunos (emocionante!).

É interessante a resposta proferida diante todos os questionamentos, digamos que foi extremamente positivo. O trabalho com a musicalização é o diferencial na instituição. O desenvolvimento dos alunos só confirma o que de fato os teóricos afirmam, a importância da música na vida da criança, pois tem um papel fundamental de permitir o desertar, a comunicação com o outrem e a relação com o mundo.

Essa turma foi escolhida, pelo trabalho musical que é desenvolvido com eles, trazendo experiências significativas e enriquecedoras, confirmando que a música é imprescindível para os aspectos físicos e cognitivos, pelo fato de representar uma atividade natural na vida da criança.

A linguagem musical lida com relações de tempo e espaço e é um poderoso agente motivacional, educacional, terapêutico, social e contribui no processo de transformação do ser humano. Portanto, considera-se essa pesquisa relevante quanto aos fatores positivos que o trabalho de musicalização provoca nos alunos.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Com base nos dados demonstrados durante o artigo, evidencia-se que as diversas áreas do conhecimento podem ser estimuladas com a prática da musicalização. Ao entender diferentes aspectos do desenvolvimento humano: físico, mental, social, emocional e espiritual, a música pode ser considerada um agente facilitador do processo educacional.

O ensino de música caminha em direção ao fazer musical criativo, à escrita musical e seus conhecimentos são acessíveis a todos os indivíduos indistintamente.

Os resultados obtidos através dessa pesquisa, trouxeram descobertas impressionantes relacionadas ao trabalho de musicalização como ferramenta dispensável na aprendizagem significativa da criança.  A metodologia aplicada facilitou o conhecimento de como a escola pretende contribuir para uma ressignificação do trabalho musical para as crianças, demonstrando que é possível aproximar a criança de diferentes mundos musicais.

A presença da música na educação auxilia a percepção, estimula a memória e a inteligência, relacionando-se ainda com habilidades linguísticas e lógico-matemáticas ao desenvolver procedimentos que ajudam o educando a se reconhecer e a se orientar melhor no mundo.

A música é manifestação humana, seja em forma de ciência ou de arte, e sempre acompanhou o homem em seu progresso. Esteve ligada à vida religiosa e cívica, desde os tempos mais remotos. E entendendo-se que a música veicula a integração social e emocional com os grupos concluímos que a educação musical é imprescindível na vida das pessoas. Todos se unem pela música e são dominados pelo seu poder mágico e continuarão a amá-la se o desenvolvimento for feito atendendo às suas atividades normais, ou seja, valorizando a vivência a vivência, a bagagem musical que cada qual traz do seu meio e dentro de si.

Segundo (Martins; Picosque; Guerra, 1998, p.23):

 “A arte não imita objetos ideias ou conceitos. Ela cria algo novo, porque não é cópia ou pura reprodução, mas a representação simbólica de objetos e ideias – que também podem ser visuais, sonoros, gestuais, corporais… – presentificados em uma nova realidade, sob um outro ponto de vista”. 

Quando o professor internalizar a relevância desse conceito, com certeza mudará sua prática pedagógica. Neste sentido Fonterrada (2009, p. 12) nos diz que:

Hoje, há uma enorme necessidade de compreensão da música e dos processos de ensino e aprendizagem dessa arte. Até que se descubra seu real papel, até que cada indivíduo em particular, e a sociedade como um todo, se convençam de que ela é uma parte necessária, e não periférica, da cultura humana, até que se compreenda que seu valor é fundamental, ela terá dificuldades para ocupar um lugar proeminente no sistema educacional.

Concluo essa pesquisa, na certeza de que podemos repensar o papel da música na educação infantil, revendo o que podemos ressignificar e acreditando que e possível, sim, levantarmos a bandeira dos recursos adequados para o desenvolvimento do trabalho em sala de aula; a bandeira da formação adequada para os professores que estão dispostos a atuarem nessa área; a bandeira da política de conscientização do poder público e dos pais, de entenderem o diferencial que a música faz no processo de desenvolvimento e na aprendizagem significativa da criança.

 

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  • Nelma Guimarães, Graduada em Pedagogia, Pós Graduada em Musicalização Infantil, Diretora da Escola de Música Grathus em Dias D’Ávila-Ba, Membro do Coral Folclórico do Conservatório Schubert, Vocalista – CD Grupo Grathus – Quando Jesus Tocar e Simples Assim, Escola de Música Grathus em Dias D’Ávila-Ba.

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